O Futebol Clube do Porto é um dos clubes mais tradicionais do mundo. Bicampeão da Champions League, os Dragões possuem um escudo com muitos elementos que fazem referência à história da cidade.
O Porto passou um bom tempo sem escudo. Foi só em 1908 que surgiu o primeiro, um círculo azul com as iniciais do clube entrelaçadas. Poucos anos mais tarde, a conhecida bola azul com as iniciais apareceu.
Em 1922, Simplício, jogador do clube, criou um novo modelo e, após aprovação em assembleia, promoveu grandes alterações no distintivo, fazendo com que o emblema não carregasse apenas a história do time, mas a da cidade através do seu brasão de armas. Dragão, coroa, colar, faixa, torres e um coração passaram a compor, junto com a bola azul, o agora imponente escudo portista.
O dragão, que se tornou apelido do clube, faz referência à dinastia de Bragança, a qual pertenceu D. Pedro IV (também conhecido como D. Pedro I aqui no Brasil). Uma faixa vermelha com a palavra “invicta” pode ser vista na figura, e isso tem a ver com o Cerco do Porto, uma batalha entre irmãos pelo controle da cidade, em 1832 e 1833. De um lado os liberais liderados por D. Pedro IV, de outro os miguelistas, absolutistas e comandados por D. Miguel I. Ao receber apoio dos portuenses nas lutas que derrotaram os adversários, D. Pedro IV concedeu uma série de honrarias à cidade e à população.
Uma delas foi a designação de “cidade invicta”, o que explica a palavra no brasão. Além disso, o Rei deu aos cidadãos a condecoração mais alta de Portugal, a Ordem de Torre e Espada, que são representadas no emblema pelo colar em verde e dourado, e o título de Duque do Porto aos segundos filhos dos reis, presentes através da coroa abaixo do dragão.
Os agradecimentos não pararam por aí. Ele ainda prometeu dar seu próprio coração para a cidade quando morresse. Sua filha, D. Maria II, foi a responsável por doar o coração – esse pode ser visto no centro dos quadrantes e em uma igreja local.
Por falar nos quadrantes, eles também têm uma simbologia especial. No primeiro e quarto, cinco quinas e sete castelos. As quinas possuem duas inspirações, uma religiosa, outra histórica: 1 - homenagens às cinco chagas (marcas) de Jesus na crucificação / 2 – homenagem ao D. Afonso Henriques e suas feridas durante a luta contra os mouros. No segundo e terceiro quadrantes, Nossa Senhora da Vandoma, padroeira da cidade, cercada por duas torres.
A imagem do dragão é a mais associada ao Porto pelos torcedores ao redor do mundo. Fora o mascote Draco, figura sempre presente nos jogos e nas redes sociais, o estádio do clube – Estádio do Dragão – não deixa você esquecer dessa ligação.
E é nesse estádio que, como mágica, o Porto faz surgir grandes jogadores do futebol mundial.