Imagine estar em um dos melhores momentos da sua carreira, quase fechando com um gigante europeu, às vésperas de defender seu país na Copa do Mundo, e uma emboscada é armada com uma tentativa de homicídio? Essa é parte da teoria de Salvador Cabañas sobre quem deu um tiro em sua cabeça e acabou com sua trajetória como jogador. Hoje o PELEJA te conta sobre o triste fim da carreira de Cabañas.
Muitos por aqui, principalmente o santista ou flamenguista, vão se lembrar pra sempre desse paraguaio marrento chamado Salvador Cabañas. Ídolo no México, ele foi o grande responsável por eliminar clubes brasileiros na Libertadores.
Cabañas em ação pelo América em 2007 AP Photo/ Claudio Cruz
No América do México, aliás, o que Cabañas pedia, todos obedeciam. Era o herói local. Até que em 2010 tudo mudou. No dia 24 de janeiro, na Cidade do México, ele entrou numa casa noturna com sua esposa. E, durante a madrugada, começa uma discussão entre o paraguaio e um sujeito em frente ao banheiro. No meio da briga, o homem sacou uma pistola preta e o tiro acertou a cabeça de Cabañas.
A caminho do hospital, Cabañas diz à esposa: “Vamos superar essa.”
Foram mais de 30 dias internado. O Paraguai rezava. Os torcedores do América do México acamparam tudo do lado de fora do hospital. Médicos fizeram uma cirurgia de sete horas e então descartaram tentar remover a bala do corpo de Cabañas. Ela permanece “alojada” dentro do lóbulo esquerdo do cérebro do paraguaio, na parte de trás de sua cabeça.
Radiografia da bala alojada na cabeça de Cabañas. Foto: Reprodução.
Quando o jogador foi pra casa, já não era o mesmo. Os médicos logo avisaram que os movimentos ou reflexos seriam limitados, e a carreira de Cabañas dentro das quatro linhas estava se encerrando.
Seu cunhado diz que o que mais doeu talvez nem tenha sido o tiro que tomou. Mas a chance que perdeu. Naquela mesma semana, Cabañas fechava detalhes para ser transferido do México para o Manchester United, um sonho de criança. Tanto que semanas depois o United anunciou a contratação de Chicharito, que jogava no maior rival do América. Muitos acreditam que foi a opção B dos ingleses.
A outra lamentação de Cabañas foi ficar de fora da Copa do Mundo 2010, que aconteceu 6 meses depois do tiro. O próprio paraguaio deu uma entrevista em 2018 garantindo que a motivação do ataque que sofreu não foi uma briga de bar, mas uma tentativa de tirá-lo daquele Mundial.
E o Paraguai mesmo assim teve sua melhor campanha na história, chegando às quartas-de-final. Imagina se tivesse Cabañas no elenco?
Com a média histórica de 1 gol por jogo no América do México, Salvador Cabañas foi um daqueles jogadores de estilo único e personalidade forte dentro de campo. Poderíamos ter visto mais dele em campo, é verdade. Mas se ele está sendo lembrado aqui no PELEJA, é porque tem seu nome registrado na história do futebol mundial.